Desconstrução,
Economia Criativa e Sustentabilidade

13º Sys.Terna fortalece o Observatório Capixaba de Economia Criativa e aponta caminhos para o desenvolvimento territorial e cultural no ES

Com o objetivo de escutar atores sociais e acumular ideias sobre o desenvolvimento sociocultural dos territórios do Espírito Santo, a 13ª edição do Seminário Sys.Terna, gravada entre os meses de abril e maio no HUB ES+,  em Vitória,  discutiu os caminhos de uma Economia Criativa Capixaba. O evento também representou um  marco no percurso de implantação do Observatório Capixaba de Economia Criativa, reunindo pesquisadores, gestores públicos, representantes do setor produtivo e atores do campo criativo para refletir sobre políticas, práticas e desafios da economia criativa no Espírito Santo.

O  evento integra o conjunto de ações previstas no projeto do Observatório, iniciativa que conta com o apoio do Funcitec/MCI (Mobilização Capixaba pela Inovação) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES), no âmbito do programa ES+Criativo, coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult)

Poiein, Sys.Terna e o Observatório: bases de um processo formativo

Uma das características que posiciona  o Observatório Capixaba de Economia Criativa como ator relevante na consolidação de uma ideia de economia criativa local é a criação sustentada na academia, por meio do Núcleo Interinstitucional de Estudos e Pesquisas em Desconstrução, Economia Criativa e Sustentabilidade (Poiein), formado por pesquisadores da Rede Federal de Ensino, Pesquisa e Extensão do Espírito Santo (Ifes e Ufes). O Poiein é responsável pela articulação do Seminário Sys.Terna, concebido como um espaço metodológico de reconhecimento de ideias, experiências e discursos emergentes em torno da economia criativa, inovação e sustentabilidade.

O nome do seminário é inspirado na tecnologia social da cisterna, símbolo de um repositório de saberes acionado em tempos de escassez. Assim, o Sys.Terna é uma proposta formativa que pretende coletar e compartilhar conhecimentos em períodos de fertilidade crítica, a fim de subsidiar a formulação de políticas públicas sensíveis à realidade dos territórios.

A proposta se integra ao Observatório Capixaba de Economia Criativa, uma estratégia metodológica colaborativa que visa aportar conhecimentos teóricos e práticos às comunidades criativas, ampliando sua capacidade formativa, de planejamento e de intervenção. Entre suas ações, o Observatório desenvolve a Revista Mirante Criativo, responsável por registrar a trajetória de debates do Sys.Terna, sistematizando ideias, experiências e agendas de ação para o campo criativo capixaba.

Convidados e entrevistadores do 13º Sys.Terna

Entrevistadores:

– Robson Malacarne – Professor do IFES / Coordenador do Observatório Capixaba de Economia Criativa/Poiein
– Prof. Leonardo Bis – Professor do  IFES / Núcleo Poiein
– Victor Toscano – Especialista em Estudos e Pesquisas Governamentais no NAGI/Setades-ES/ Núcleo Poiein

Convidados:

– Magno Santos – Vice-presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual do Espírito Santo (SINAIS) e presidente do Conselho de Economia Criativa da FINDES
– Carolina Ferreira – Gerente de Estudos Estratégicos do Observatório da Indústria da FINDES
– Pablo Lira – Diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN)

 

 

Bloco 1: Fundamentos e políticas públicas para a economia criativa

O primeiro bloco introduziu diferentes concepções de economia criativa, com destaque para o conceito de “economia geral da diferença” e a leitura dos circuitos superiores e inferiores de Milton Santos, que explicam a coexistência de formas econômicas distintas no território.

Magno Santos abordou a trajetória de institucionalização do setor audiovisual capixaba e a construção da Rota Estratégica da Economia Criativa, documento estruturante articulado com o plano Indústria 2035, elaborado em parceria com a FINDES, SEBRAE e SECULT.

Carolina Ferreira apresentou os bastidores da construção da rota, que contou com a participação de mais de 100 especialistas do setor criativo. Foram identificadas 274 ações divididas por prazo de execução, com foco em superar 54 barreiras estruturais ao desenvolvimento do setor.

Acesse aqui: https://www.youtube.com/watch?v=gbLv-6S5gtc

 

Bloco 2: Território e economia criativa nas periferias

O segundo bloco destacou o papel da economia criativa como instrumento de transformação nas periferias urbanas capixabas. Magno Santos relatou experiências como o filme Destino das Sombras, filmado em Córrego Saltinho, que mobilizou a comunidade, gerou economia local e impulsionou o turismo regional.

Carolina Ferreira e Pablo Lira defenderam a centralidade dos territórios no desenho das políticas públicas e reforçaram a importância da escuta e do reconhecimento das vocações regionais, com foco em justiça territorial e equidade no acesso às estruturas de inovação.

Acesse aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Tu_-y9QfYXw&t=968s

Bloco 3: Dados, reconhecimento e políticas baseadas em evidência

O terceiro e último bloco concentrou-se na importância dos dados abertos e da ciência cidadã para o planejamento de políticas públicas. Victor Toscano e Pablo Lira apresentaram o Boletim da Economia Criativa, desenvolvido pelo Instituto Jones dos Santos Neves, com base em dados organizados em painéis interativos.

Carolina Ferreira enfatizou como a produção e análise de dados fortalece o autorreconhecimento dos sujeitos criativos como parte de uma cadeia produtiva. Magno Santos completou com o exemplo do uso de dados da ANCINE para pleitear um plano especial de desenvolvimento audiovisual dentro do PRODAVE.

Acesse aqui: https://www.youtube.com/watch?v=dYghEs9tHZs

 

Economia criativa capixaba: ponto de convergência

O 13º Sys.Terna reafirma a economia criativa como ponto de convergência entre cultura, desenvolvimento social, inovação e gestão territorial. A partir do acúmulo metodológico do Núcleo Poiein, da escuta ativa promovida pelos seminários e da sistematização do Observatório Capixaba de Economia Criativa, o Espírito Santo segue articulando conhecimento, política e comunidade para transformar sua diversidade cultural em força estratégica.

Fonte: Núcleo Poiein

Gabi Sartorio